terça-feira, 2 de agosto de 2016

A Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo





Movimento Literário: Romantismo

Gênero Literário: Narrativo – Romance (Foi o primeiro romance do Brasil) – Quase um conto de fada

Augusto, protagonista e dito autor que se revela no prefácio “Duas Palavras”, dá o título de A Moreninha em homenagem a D. Carolina que em toda a história tem seus traços evidenciados, principalmente a cor morena de sua pele e que os mais íntimos chamavam-na de Moreninha.

Características:
  • Idealização da mulher 
  • predomínio da emoção 
  • valorização da natureza 
  • sofrimento amoroso 
  • final feliz.

Personagens:

Todas as personagens são estereotipadas, planas, lineares, não têm complexidade, sendo caracterizadas pelos detalhes físicos, exteriores


Augusto

Personagem que ilustra certo tipo de estudante alegre, jovial, inteligente e namorador. Alicerçado em sólidos princípios morais, terá como obstáculo na concretização de seu amor por Carolina um juramento que fez no início da adolescência. Esse impedimento de ordem moral permitirá o desenvolvimento de várias ações até o final da história.





 Carolina

É muito jovem e "moreninha" e também travessa, inteligente, astuta e persistente na obtenção de seus intentos.
Carolina encarna a jovem índia Ahy, que espera incansavelmente por seu amado Aoitin – uma antiga história da ilha que D. Ana conta a Augusto.



No final, Carolina revelará ser ela mesma a menina a quem o jovem Augusto jurara amor eterno. Como todo bom romance romântico, o desfecho dá-se no final da história quando Augusto e Carolina já estão de casamento marcado e Augusto perde a aposto que havia feito com Filipe.


Personagens Secundárias

As personagens secundárias cumprem a função de compor a estrutura ou o quadro social que se busca representar para colocar a história em movimento ou propiciar informações de certos dados essenciais à trama.
Elas representam, por meio de alguns tipos característicos, a sociedade burguesa do Rio de Janeiro, a capital do Império.

Rafael: Escravo, criado de Augusto, espécie de pajem ou moleque de recados. É quem lhe prepara os chás e quem lhe atura o mau humor, levando castigos corporais (bolos) por quase nada.Tobias:Escravo, criado de D. Joana, prima de Filipe. O negro tem dezesseis anos, é bem-apessoado, falante, muito vivo quanto à questão de dinheiro.Paula:Ama-de-leite de Carolina; incentivada por Keblerc, bebeu vinho e ficou bêbada.

D. Ana: Avó de Filipe, é uma senhora de espírito e alguma instrução. Tem sessenta anos, cheia de bondade. Seu coração é o templo da amizade cujo mais nobre altar é exclusivamente consagrado à querida neta, Carolina, irmã de Filipe.Filipe: IIrmão de Carolina, neto de D. Ana. Amigo de Augusto, Fabrício e Leopoldo. Também estudante de Medicina.

D. Violante: "D. Violante era horrivelmente horrenda, e com sessenta anos de idade apresentava um carão capaz de desmamar a mais emperrada criança." Meio estabanada, ela quebra a harmonia reinante no ambiente burguês, sem causar transtornos graves.

Keblerc: Alemão que, diante das garrafas de vinho, prefere ficar com elas a tomar parte na festa que se desenrola na ilha. Embriaga-se, mas não perturba o clima de harmonia em que se desenvolve a história.

Fabrício: Amigo de Augusto, também estudante de Medicina. Está apaixonado por Joaninha, mas dela quer livrar-se por causa das exigências extravagantes da moça. Chega a pedir a ajuda de Augusto para livrar-se da namorada exigente.

Leopoldo: Amigo de Augusto, Filipe e Fabrício; também estudante de Medicina. 

D. Joaninha: Prima de Filipe, namorada de Fabrício. Exigia que o estudante lhe escrevesse cartas de amor quatro vezes por semana; que passasse por defronte da casa dela quatro vezes por dia; que fosse a miúdo ao teatro e aos bailes que frequentava; que não fumasse charutos de Havana nem de Manilha, por ser falta de patriotismo.

D. Quinquina: Moça volúvel, namoradeira. Namorava um tenente Gusmão da Guarda Nacional. Na festa da ilha, recebeu um cravo de um velho militar e ia passá-lo adiante, a um jovem de nome Lúcio. O cravo terminou, por acaso, nas mãos de Augusto.

D. Clementina: Moça que cortou uma madeixa dos cabelos fez um embrulho e deixou-o sob uma roseira para ser apanhado por Filipe. Augusto antecipou-se ao colega e guardou o pacotinho. 

D. Gabriela: Moça que, por cartas, se correspondia com cinco mancebos. Certo dia, a senhora encarregada de distribuir as correspondências enganou-se na entrega de duas; trocou-as e deu a de lacre azul ao Sr. Juca e a de lacre verde ao Sr. Joãozinho.

O romance é narrado na terceira pessoa, por um narrador onisciente.

O narrador está presente em todos lugares da história, característica essa que pode ser facilmente observada no romance:
  • no banco de relva perto da gruta, enquanto Augusto conta para Sra. D. Ana à história de seus amores (Cap. VII);
  • no gabinete das moças, relatando a situação de Augusto debaixo de uma cama que se achava no fundo do gabinete (Cap. XII);  
  • no gabinete dos rapazes, enquanto os quatros estudantes dormem (Cap. XV); 
  • fora da Ilha, gabinete de Augusto e na Ilha relatando as modificações do comportamento de D. Carolina (Cap. XIX), dentre outros.
 Linguagem simples, com excesso de adjetivos, expressões em francês — c’est trop fort! (é forte demais!) — e latinas — quantum satis (o que basta)

Tempo: Linear (trinta dias — os eventos narrados desenrolam-se durante os trinta dias de validade da aposta. Iniciou-se em 20 de julho de 18... (segunda-feira) e termina no dia do pedido de casamento, 20 de agosto.

Recuo ao passado – O inicio da história se dá com Augusto no quinto ano de Medicina e com a fama de inconstante. Nos capítulos VII e VIII, é revelado a origem da instabilidade amorosa do herói: encontro com Carolina há oito anos atrás (ele com 13 e ela com 7 anos).

Cenário: Rio de Janeiro, embora a maioria das cenas aconteçam numa ilha (ilha de Paquetá), o cenário é urbano.

Núcleo Temático: Fidelidade ao amor de infância.

Crítica Social: Casamento – o ajuste matrimonial era feito pelos pais dos jovens. A união dos filhos ganhava, pois, conotações de negócio indissolúvel, tratado com a seriedade dos adultos pensantes, consequência clara do amor arrebatador dos jovens;

Referência à escravidão, embora sem grande relevo, há, na obra, relatando o trabalho escravo e os castigos corporais a que os negros eram submetidos.


Temas para refletir para a prova:
  • Caracterização do Romantismo e do próprio romântico na obra;
  • O antagonismo entre Fabrício (razão) e Augusto (emoção)
  • A crítica ao casamento como negócio
  • A imagem da mulher física e socialmente
  • A dupla história: Aoitin/Ahy e Augusto e Carolina
  • Identificação dos estilos de época em passagens de textos (Barroco/Arcadismo/Romantismo)
  • Identificação das características românticas
  • Ironia, melancolia, evasão, morbidez
  • Tanto em textos da época, quanto em textos contemporâneos
  • Cuidado com as respostas: sempre completas
  • Gustave Courbet
  • Realismo X Romantismo
  • Características
  • Contexto
  • Correntes ideológicas

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