sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Centro - Oeste

Bom pessoal, do Sudeste do Brasil, vamos agora ao Centro-Oeste estudar a cultura e os costumes dessa belíssima região! Apertem os cintos e boa viagem!



  • A região, até a chegada dos bandeirantes, era habitada pelos indígenas que foram capturados. As primeiras vilas acompanharam a descoberta das minas de ouro e posteriormente diamantes.
  • Os fazendeiros do Sudeste, principalmente Minas Gerais e São Paulo, também povoaram a região desenvolvendo a pecuária. 
  • Fortes militares foram criados na região com o objetivo de defender  as fronteiras do Brasil. Em volta desses fortes surgiram povoados.
  • As estradas de ferro e, posteriormente, as hidrovias e as rodovias ajudaram no povoamento.
  • A construção de Brasília como sede do governo brasileiro, também contribuiu para o povoamento e o desenvolvimento sócio-econômico da Região Centro-Oeste.

População



A população é formada por tipos característicos:
  • O vaqueiro do Pantanal
  • O boiadeiro de Goiás 
  • Os peões das fazendas de gado
  • Os garimpeiros
  • Os índios


A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, pois recebeu contribuições principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. Com a construção de Brasília a diversidade cultural cresceu ainda mais.









Culinária
Arroz com Pequi

• Pequi é uma fruta nativa do Brasil, muito comum no cerrado de polpa alaranjada e uma amêndoa com muito espinhos usao na culinária e para fazer licor. O arroz com pequi é típico da cozinha goiana. De sabor bem marcante e caratrítico da frita, cor amarelo e aromático.

Sopa paraguaia  
Sopa paraguaia é um bolo de milho salgado muito consumido no Mato Grosso do Sul. Além do milho ralado, ingredientes como o leite,óleo, queijo em abundância e cebola tornam este um prato delicioso, assado em forno comum ou de barro. Pode-se acrescentar outros ingredientes como: tomate seco, orégano.

Caribéu
 • Caribéu é um prato típico do Pantanal, constitui-se de um guisado de carne com mandioca. 

Mojica de pintado
 • O pescado também é muito pareciado na região:
Filé de Pirarucu, Banda de Pacú (assado na brasa para ser servido com molho de alcaparras) Mojica de pintado, Piraputanga ao molho branco.




Manifestações Artísticas e Culturais

João Sebastião Costa, O senhor dos cajus. Óleo s/tela. 70cm x 90cm, 1974. Acervo UFMS


Cavalhada - é uma apresentação teatral ao ar livre em que homens montados a cavalo representam uma luta medieval entre Cristãos e Mouros, algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França, uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei.


Procissão do Fogaréu - Manifestação típica da cidade Goiás que marca as celebrações da Semana Santa e ocorre na quarta-feira santa simbolizando a busca e prisão de cristo. Tem sua origem na Espanha onde celebrações semelhantes são realizadas nas cidades de Zamora, Seville e Oviedo.

Cururu - Dança de caráter religioso, provavelmente de origem ameríndia. Introduzida nas festas cristãs pelos missionários jesuítas, que na catequese se valiam da dança para transmitir conhecimentos. Tem como características o sapateado e o palmeado, ao som da viola, pandeiro e reco-reco.


Catira - A Catira ou Cateretê pode ser considerada como autêntica dança brasileira. De nome e origem indígena e/ou africana. 
É uma espécie de sapateado brasileiro executado com "bate-pé" ao som de palmas e violas.
Antes era uma Dança mais restrita aos homens, mas atualmente é praticado também só por mulheres ou acompanhadas pelos homens. 


Cora Coralina

Aninha Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida como Cora Coralina foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina, uma das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.

A simplicidade de mulher que era doceira e que viveu longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literário contribui para uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.



Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. 






Coração é terra que ninguém vê

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei... 

Poeminha amoroso

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu... 
É uma oferenda aos teus momentos 
de luta e de brisa e de céu... 
E eu, 
quero te servir a poesia 
numa concha azul do mar 
ou numa cesta de flores do campo. 
Talvez tu possas entender o meu amor. 
Mas se isso não acontecer,
não importa. 
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema, 
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que 
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."



Tanto Cora Coralina, em “Rio Vermelho”, quanto Olavo Bilac, em “Rio Abaixo”, poetizam assuntos semelhantes. Os dois poemas, entretanto, diferenciam-se, respectivamente, por 

a) linguagem coloquial do primeiro e linguagem anacrônica do segundo. 
b) caráter contido do primeiro e caráter intenso do segundo. 
c) tonalidade satírica do primeiro e tonalidade avaliativa do segundo. 
d) ênfase narrativista do primeiro e ênfase descritivista do segundo. 
e) registro regionalista do primeiro e registro universalista do segundo.

Resposta Correta:

b) caráter contido do primeiro e caráter intenso do segundo



Manoel de Barros



“Que hei de fazer
se de repente 
a manhã voltar?

Que hei de fazer?

— Dormir, talvez 
chorar”.

Auto-Retrato Falado

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão, aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar  entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto  meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou  abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam. 
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.




A Namorada


Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.






O Catador


Um homem catava pregos no chão.
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais - o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.







Rock Brasiliense




Os anos 1980 foram pródigos para o rock nacional. Especialmente para a cidade de Brasília, que “exportou” para o restante do país diversas bandas de sucesso, como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude, Raimundos e outras.






Na foto acima temos a "Turma da Colina", nome dado ao grupo de bandas brasilienses, entre o final na década de 70 e o início da década de 80 que reuniam-se na Colina, conjunto de prédios habitacionais localizados na UnB, em Brasília. Em destaque temos o Aborto Elétrico (1), banda punk que deu origem ao Legião Urbana (2) e ao Capital Inicial (3), duas das bandas de rock de maior sucesso no país, e em seguida, a banda Plebe Rude.













Um comentário:

  1. Oi professor, gostei muito da poesia da Cora Coralina. Poderia indicar-me alguns livros dela? Um abraço. Elis. Turma noite, venda nova.

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