domingo, 27 de junho de 2010

Elementos da Comunicação e funções da linguagem

E ai Galerinha! Iniciaremos hoje com uma aula sobre "Elementos da Comunicação e Funções da Linguagem". O que se consiste a comunicação? O que é linguagem? Veremos tudo nesta aula. Bons estudos e até mais!

A linguagem é uma forma de demonstrar organizadamente os nossos pensamentos,  nomear as coisas do mundo e até dar vida às ações. Através da linguagem expressamos nossos sentimentos, falamos de nós mesmos e de nossa vida.

Um dos primeiros tópicos que a nova grade do ENEM apresenta como conteúdo da prova é o que trata dos elementos e das funções de comunicação. Apropriar-se de signos, sinais, gestos, desenhos, letras e por fim da palavra oral e escrita é uma busca do homem desde a antiguidade na realização deste processo de comunicação. Para enfrentarmos as questões sobre o emprego desses recursos precisamos rever os elementos da comunicação.
“Mesmo quando não existem num bosque trilhas bem definidas, todos podem traçar sua própria trilha, decidindo ir para a esquerda ou para a direita de determinada árvore e, a cada árvore que encontrar, optando por esta ou aquela direção” 
                                      (Eco, Umberto (2006). Seis passeios pelo bosque da ficção. São Paulo, Companhia das Letras. p. 12)

Como Umberto Eco usa a metáfora do passeio pelo bosque para representar a leitura de um texto, podemos assim dizer que todo texto apresenta várias possibilidades de leitura. As funções tem como objetivo levar o leitor a compreender determinado efeito, para determinado objetivo. Daí o fato de enfatizar algum recurso ficar a cargo da capacidade criativa do autor ou emissor da mensagem.

Samira Chalhub, 1990, p.1. reflete que:
“Diferentes mensagens veiculam significações as mais diversificadas, mostrando na sua marca e traço[...]. O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir — uma vez que participam do processo comunicacional: um emissor que envia a mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta, por sua vez, refere-se a um contexto. A passagem da emissão para a recepção faz-se através do suporte físico que é o canal. Aí estão, portanto, os fatores que sustentam o modelo de comunicação: emissor; receptor; canal; código; referente; mensagem”.

Assim temos:
o emissor – que emite, codifica a mensagem; 
receptor – que recebe, decodifica a mensagem; 
canal - meio pelo qual circula a mensagem; 
código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem; 
referente - contexto relacionado a emissor e receptor; 
mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor.

Para Chalhub, 1990, p.9:
“Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer, uma vez que, atualizando corretamente possibilidades de uso do código, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem, A emissão, que organiza os sinais físicos em forma de mensagem, colocará ênfase em um a das funções — e as demais dialogarão em subsídio, [...].”

Com os elementos da comunicação temos a geração e interelação dos variados diálogos das funções, que são conhecidas como:

    * Função referencial;
    * Função emotiva;
    * Função conativa;
    * Função fática;
    *  Função metalinguistica;
    * Função poética;


São Funções das Linguagens:
1. Função referencial (ou denotativa)

É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem usada na ciência, na arte realista, no jornal,  no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos.

2. Função emotiva (ou expressiva)

É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Primeira pessoa do singular (eu), Emoções, Interjeições; Exclamações; Blog; Autobiografia; Cartas de amor.
        
         Motivo
         
         Eu canto porque o instante existe
         a minha vida está completa.
         Não sou alegre nem sou triste:
         sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles

3. Função apelativa (ou conativa)

É aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. 

Segunda pessoa do singular, Imperativo; Figuras de linguagem, Discursos políticos, Sermões, Promoção em pontos de venda - Propaganda.

4. Função Fática

É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Interjeições, Lugar comum, Saudações, Comentários sobre o clima.
  
5. Função poética

É aquelacentralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas. Subjetividade,Figuras de linguagem, Brincadeiras com o código, Poesia, Letras de música.


“...Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;...”
           ( Fernando Pessoa, Poema em linha reta) 

Nesse exemplo é notada também a função emotiva 

6. Função metalingüística

É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Referência ao próprio código, Poesia sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionário.
"Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.
O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. 'Textos guardados acabam cheirando mal', disse Silvia Plath, [...] que, com esta frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? Guardar ou jogar fora?"
          Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.


Referência Bibliográfica:
CHALHUB, Samira., Professora da Pontifícia, Universidade Católica de São Paulo, FUNÇÕES DA LINGUAGEM - Série Princípios – 1990 - Editora Ática.

2 comentários:

  1. gostei da imagastante,em da função poética, ajudou-me b

    ResponderExcluir
  2. gostei muito min ajudou para eu fazer meu trabalho

    ResponderExcluir