domingo, 31 de julho de 2016

Arte do Realismo


Descanso ao meio-dia, Jean François Millet



O Realismo surge entre 1850 e 1900. Fruto das artes produzidas na Europa. Ele foi influenciado pela industrialização que dominava a época.



O homem contemporâneo entendeu que precisava ser realista, tendo uma visão mais técnica e deixando um pouco de lados as emoções humanas.


Influenciado pelo Socialismo Científico, o artista tematizou o proletariado contrastando com os retratos da elite feitos pelos artistas românticos.

Mulher pobre da vila, de Gustave Courbet


A pintura busca retratar a objetividade com que os cientistas retratavam os fenômenos, esquecendo, assim, os temas antigos, históricos e a imaginação. 

Faz parte da criação, apenas, aquilo que é real.

É nesse período que surge a "pintura social" que retrata os problemas dos trabalhadores da sociedade contemporânea.

Palheiro no Outono, Gustave Courbet


Gustavo Courbet (1819-1877) 


Foi um pintor francês pioneiro do estilo realista francês. Foi acima de tudo um pintor da vida camponesa de sua região. Ergueu a bandeira do realismo contra a pintura literária ou de imaginação. 

Criador da pintura social, mostrando temas que retratavam o cotidiano, as classes sociais mais pobres e os trabalhadores do século XIX.


Os quebradores de pedra, Gustave Courbet

Na pintura, Courbet manifesta uma simpatia particular pelos trabalhadores e homens mais pobres da sociedade em que vivia. A pintura mostra dois trabalhadores, em trajes humildes quebradores de pedras em uma região rural. Ambos os rostos não estão a mostra e o quadro dá a impressão de que eles continuavam trabalhando enquanto Courbet os pintava. Entretanto, os trabalhadores são representados de uma maneira quase fotográfica. As cores que predominam são cores frias como o marrom, bege, um pouco de preto no fundo e algumas cores para descontrair a imagem como o vermelho da roupa do camponês, alguns toques de azul e o verde da grama. A pintura é assimétrica e transmite um "movimento".



“Enterro em Ornans” é considerada um dos marcos iniciais da pintura realista. Gustave Courbet utiliza uma tela de grande formato para retratar um tema trivial, no caso, o enterro de um habitante da cidade de Ornans.

O formato panorâmico de “Enterro em Ornans” é realçado pela linha do horizonte e desenhos das falésias. A multidão, um bloco impenetrável, parece achatada, sem perspectiva. Para romper este efeito compacto, rostos e olhares possuem orientações diversas.


Na obra conseguem-se identificar 27 habitantes de Ornans. 

1, possivelmente era um sapateiro, 2, um proprietário rural, 3, um músico (que também é encontrado no trabalho Depois do jantar em Ornans ), 4, senhorio. Os números 5 e 6 são, respectivamente, um músico e um sapateiro. O número 7 é um viticultor. Dois acólitos aparecem representados pelos números 8 e 9.

O sacerdote 10, surge vestido com grande pompa para o funeral. O número 11 é um produtor de vinho, enquanto que 12 é um sapateiro humilde. O agente funerário é o número 13.
O número 14 é um juiz o 15 é o prefeito de Ornans Prosper Teste. O número 16 é um aposentado, o 17 a viúva, o 18 é um burguês, o 19 é um comerciante rico, o 20 um advogado amigo de Courbet.
Os números 21 e 22 representam Revolucionários. O número 23 é a mãe do artista e três irmãs estão representadas nos números 24, 25 e 26 . A menina na extremidade direita da pintura é de uma sobrinha do artista,27.


Não se sabe concretamente quem está a ser enterrado em Ornans. A hipótese mais conhecida é que Gustave Courbet retrata o enterro de Claude Etienne Teste, seu tio avô, falecido em 1848. Teste foi o primeiro homem a ser enterrado no cemitério novo da cidade de Ornans. Quando indagado sobre a identidade do morto, Gustave Courbet afirmava que “Enterro em Ornans” representava a morte do Romantismo.



As peneiradeiras de trigo, Gustave Courbet
"Mulheres Peneirando Trigo" é um exemplo do realismo do trabalho de Courbet. Ao contrário das pinturas do estilo romântico, esta pintura não tem um perfeito uso da linha e da forma. Em vez disso, ilustra as paredes sujas, o olhar entediado no rosto da mulher deitada, e o cabelo desgrenhado do menino curioso.



Jean-François Millet (1814 – 1875) 


É conhecido como precursor do realismo, pelas suas representações de trabalhadores rurais.
Junto com Courbet, Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu surgido em meados do século XIX. 

Sua obra foi uma resposta à estética romântica, de gostos um tanto orientais e exóticos, e deu forma à realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras.


As Respigadoras é uma pintura a óleo por Millet concluída em 1857, e uma de suas mais famosas obras. Ele retrata três mulheres camponesas recolhendo grãos de trigo após a colheita. Nesta pintura Millet ilustra um direito concedido aos camponeses: recolher as espigas que restaram da colheita. Rute, um dos livros do Antigo Testamento, tem sua história em torno desse direito já previsto na lei mosaica.



O proprietário é o sujeito isolado à direita, no fundo da tela supervisionando a colheita, montado em seu cavalo. Millet o retrata como uma figura embaçada e inativa à distância, o que serve para destacar o esforço das catadoras trabalhando em primeiro plano.



Angelus é o quadro mais famoso do pintor francês Jean-François Millet e o que melhor exprime seu compromisso com realismo. Millet mostra dois camponeses orando, dando graças a Deus pela colheita obtida através do suor e do esforço de muitos dias.

A marca da obra de Millet são as pinturas retratando a vida no campo. São paisagens bucólicas, num clima de introspecção. Nesta famosa pintura, um homem e uma mulher em pé, em uma postura de reverência, na Hora do Angelus. Ele de cabeça baixa, segurando o chapéu, ela leva as mãos ao peito num sinal de devoção.

O Angelus é uma prática religiosa, realizada em devoção à Imaculada Conceição, repetida três vezes ao dia, de manhã, ao meio dia e ao entardecer. A oração é constituída de três textos que descrevem o mistério da Encarnação, respondidos com uma Ave Maria e uma oração final.


A morte do lenhador é um dos quadros de Millet que mais me toca. A preocupação do artista na busca de retratar o trabalho e os trabalhadores deve tê-lo colocado frente a frente com a morte devido ao constante esforço físico. Na impossibilidade de representar com clareza a morte no trabalho, o artista abre mão da representação realista e representa a morte através da alegoria da ceifadora. A morte é comovente até pelo fato que a morte lhe toca com a mão no ombro, não com a ponta da foice, o que mostra um certo respeito ao velho lenhador.


Édouard Manet (1832-1883) 
Suas obras retratavam mais a classe alta da época. Algumas de suas obras foram criticadas, por seguir as normas clássicas. 

Suas telas ganham luminosidade, inovação e outros destaques. Elas foram as precursoras do impressionismo. 

Algumas delas foram: Tocador de Pífaro, Almoço no Ateliê e Bar de Folies-Bergère.



A representação explícita do descanso de uma cortesã francesa era muito diferente de outras imagens que o artista fez para representar o ambiente social. Ainda que a imagem possa ser situada num contexto mais amplo de nus femininos e que a pose lembre a obra Vênus de Urbino, de Ticiano, Olympia causou muito escândalo devido ao seu caráter expressamente não alegórico e da representação de uma mulher sem roupa fora do conceito de nu clássico.

A empregada negra chama-se Laura e é usada como modelo profissional na pintura. Em pé, totalmente vestida, Laura segura um buquê de flores, provavelmente enviado por um cliente para a sua patroa. Olympia parece indiferente à presença da empregada. Essa distância emocional é reforçada pela separação física das figuras.

O gato preto, símbolo da superstição, indica a condição de tabu da cena representada. Posicionado ao lado da empregada negra, o gato chama a atenção para os estereótipos da feminilidade e sexualidade negra que circulavam na época em que o quadro foi exibido.


O bar do Folies Bergère 


No quadro do bar, Manet usa de um recurso antigo (o espelho) com uma perspectiva diferenciada, porque procura criar um quadro dentro do próprio quadro, abrindo assim, uma “segunda obra” que se relaciona intimamente com a primeira. O espelho ocupa três quartos do fundo da tela e além de sua função espacial (mostrar o salão e seus ocupantes) impõe uma noção temporal, centrada no olhar perdido da balconista que nos observa e quando observamos o espelho vemos outro momento, a balconista atendendo um cliente.

Sejam os ocupantes do salão ou mesmo o lustre que decora e ilumina o ambiente, em ambos observamos o conjunto de pinceladas irregulares, que com massas de tinta, onde a forma e a cor definem o elemento representado, guardando diferentes nuances, como o rendilhado que a balconista usa sobre o colo ou a massa de cristais do lustre.

Do ponto de vista social, o espelho também segrega dois planos distintos: o trabalho da balconista num espaço de lazer (o Folies Bergère era um cabaret em Paris), da qual ela é naquele momento privada porque está trabalhando e seu olhar denota as agruras e desgastes da função e por outro lado, estão presentes, dezenas de pessoas que podem usufruir de momentos prazerosos de alegria, felicidade e descanso, ou seja, as dezenas de pessoas que ocupam o salão.

Referência

FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte: movimentos e as obras mais importantes de todos os tempo. Editora Sextante.

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